domingo, 28 de fevereiro de 2010

E a vida continua

Aulas recomeçam, revejo amigos e, principalmente, visito a patroa e recebo cafunés da patroa (após os quais durmo o sono dos justos).

Sabiam que existe vida após a Costa do Marfim? Engraçado como algo que deveria ser apenas um parêntese me marcou tanto. De qualquer forma, faculdade volta a ocupar a maior parte das horas da minha semana. Novas preocupações (leia-se, Finanças Corporativas I, com o Malvessi), novos desafios e planos pro futuro.

A pedido da AIESEC na FGV-SP, fiz um pequeno texto em que escrevi o "finalmente" da viagem. Valeu a pena? Recomendo? Segue abaixo o que escrevi no blog da AIESEC-FGV.

abraços a todos!!

"Hey AIESEC!! Agora vocês: What's up! (infame, hehe)

Garotada que quer fazer intercâmbio pela AIESEC, recomendo que façam!

O meu intercâmbio, como dito no título, foi para a cidade de Abidjan, maior e mais importante cidade da Costa do Marfim. Fiz um MT (Management Traineeship), que é o intercâmbio de gestão da AIESEC.

Eu trabalhei numa empresa chamada AFCO Sarl, que faz uma espécie de serviço postal (como os correios do governo são muito precários, as empresas privadas atendem a essa demanda). Lá, tive de aprender a me virar com recursos quase zero. Apesar da dificuldade, devo dizer que foi um verdadeiro exercício de oratória convencer o chefe a mandar imprimir cartões de visita, convecê-lo da necessidade de um portfolio de vendas e de me prover acesso à internet(!). Podem parecer obviedades para nós, mas acreditem: é muito difícil convencer alguém do óbvio! No fim das contas, conseguimos os cartões e desenvolvi o portfolio de vendas.

Além disso, como parte do nosso plano de comunicação externa, desenvolvemos o letreiro da empresa para pôr na entrada do prédio e calendários da AFCO para dar para outras empresas. Foi interessante estagiar em uma empresa tão primitiva, pois sou um aluno que sequer completou metade do curso de administração ainda, dessa forma, pude botar em prática realmente as bases do que aprendi nas disciplinas de marketing.

No mais, pude aprender muito de uma cultura muito diferente da nossa. Já fiz intercâmbios na Argentina, nos EUA e no Canadá. Apesar de haver diferenças entre esses países e o Brasil, ainda estamos todos no mundo ocidental. A Costa do Marfim, por outro lado, não tem NADA de ocidental. Os próprios pilares que servem de alicerces à cultura marfinense são diferentes dos nossos. Lidar com pessoas dessa cultura foi um verdadeiro desafio e um grande aprendizado.

Para finalizar sobre minha experiência, devo dizer que nunca comi comida tão doida! Vocês já comeram rato do mato (agoutie)? Eu já! Já quase engasgaram com a bolinha de chumbo que caçou o bicho? Eu já!

Não dá para contar tudo que eu vivi nesse post. Foi muita coisa! Quem estiver interessado em saber mais, sinta-se à vontade para visitar meu blog! Lá registrei quase toda a minha viagem em 27 relatos diferentes.

Em suma, gente: esqueçam estágio e não se preocupem em atrasar sua formação, façam intercâmbio! Experiência enriquecedora e muito recompensadora!

Abraços a todos e fiquem com Deus!"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Registro de Viagem à Costa do Marfim: Relato XXVII - Último Relato

Registro de Viagem: Costa do Marfim

Relato XXVII – Volta Antecipada – 14 a 19 de Fevereiro

Acabou. Estou em São Paulo, onde, apesar dos pesares, não tenho que me preocupar com policiais munidos de AK-47 me extorquindo propina nem muito menos com a ameaça de guerra civil.

Sei que demorei a escrever esse post que fecha o relato de minha experiência do outro lado do oceano, mas vocês devem me entender. Cheguei ao meu flat em São Paulo tarde da noite e exausto. Cedo do dia seguinte, parti para ver minha digníssima. Inclusive, foi agora durante a semana do carnaval que fiz aniversário de três anos de namoro com a futura mãe dos meus filhos. Então, numa semana com uma data especial, sem aulas, com o tão esperado cafuné e a massagem no pé, realmente me faltou estímulo para sair da ternura da minha Lili para vir aqui escrever algo sobre a viagem. Mas aqui vamos nós.

Consegui sair do aeroporto Felix Houphouet Boigny, em Abdijan, no vôo da Air France das 23h após um check-in extremamente irritante. A tal da “hospitalidade marfinense” é o segundo maior mito do país, atrás apenas do lema nacional: “União, Disciplina e Trabalho”. A moça dos raios-X ficou com um meu desodorante (que não excedia os 100 ml permitidos), levou embora o meu creme de barbear e – isso foi o que irritou – queria levar minha câmera também. Após muita discussão, acabaram não fazendo nada. Não obstante, chegou uma hora em que o francês carregado de sotaque tribal daquela mulher quase impossibilitou nossa discussão e perguntei se ela falava inglês, ao que ela respondeu de forma irada e escandalosa que aquele era o país dela e eu que aprendesse o francês. Já vi bastante desse tipo de gente nos aeroportos brasileiros. Funcionários rudes que maltratam o visitante estrangeiro e alicerçam seu comportamento num nacionalismo estúpido (redundância) e num patético orgulho de sua própria ignorância. Depois dessa, sabendo que não há lei nessa terra ridícula, paguei-lhe 5000 francos para que não mais direcionasse a palavra a mim e me deixasse em paz com minha câmera.

Duas coisas interessantes sobre os marfinenses (e sobre os outros africanos que conheci também). Primeiramente, qualquer mínima autoridade que lhes é dada é usada invariavelmente para explorar outra pessoa. Seja o guarda com seu fuzil kalashnikov na rua, seja o motorista do táxi com o passageiro, seja um mestre com seu aprendia, seja a mulher da segurança do aeroporto. Eles funcionam na base “se consigo, devo”. Se tenho meios para roubar, roubarei. Se tenho meios para burlar, burlarei. São escravos duma vontade sádica de fazer o mal aos outros. A segunda coisa é uma conseqüência da mesquinhez dessas pessoas, elas se vendem por quase nada. Os funcionários na AFCO vendiam informações nossas para a concorrência a preço de banana, os soldados na rua deixam os outros em paz por 500 francos (se for da mesma etnia), 1000 francos (se for branco) e 2000 (se for de etnia diferente). Se há algo que aprendi nessa minha experiência, foi exatamente como não ser, agir e pensar.

Embarquei no vôo para Paris cansado, suado e com uma sensação de incômodo que somente se foi quando a aeronave deixou o solo. O vôo foi bem tranqüilo, mas dormi muito pouco. A única parte realmente ruim foi que minha poltrona era a 48L, ou seja, a última do lado oposto ao da porta de entrada e saída, o que significava que meu desembarque em Paris seria somente após os numerosos africanos recolherem suas inúmeras e imensas bagagens de mão. Não sei como o pessoal conseguiu fazer aquelas malas todas serem aceitas como bagagem de mão.

Chegamos a Paris no dia 14 um pouco antes das 06h, estava 0ºC. Eu havia esquecido completamente que era inverno na Europa, aí nem me preocupei em levar casaco. Assim, eu trajava apenas uma leve camiseta branca. O único vôo que chega a essa hora daquele terminal era o procedente de Abidjan. Então, todo mundo das lojas que já se encontravam abertas sabiam que todos nós vínhamos do país cujo presidente havia dado um golpe no dia anterior e olhavam-nos com curiosidade e alguns faziam perguntas sobre a situação no país. De qualquer forma, tratei logo de ir ao freeshop do Charles de Gaulle comprar uns presentes. Essa foi engraçada, pois quando eu disse pra mulher da loja que queria um presente para minha namorada e ela me viu com camiseta leve, chapéu, barba por fazer e semblante bem cansado, ela deve me ter associado a algum tipo de explorador da África muito endinheirado, pois a tia veio logo me mostrar com um largo sorriso de “é hoje que minha comissão decola!” jóias nos singelos valores de 2000 euro. Desci a vendedora pra realidade e comprei umas coisinhas beeeeeeeeeeeem mais humildes.

Foi chegando a hora de embarcar pro vôo ao Rio de Janeiro e comecei a escutar um zumbido familiar. O zumbido revelou-se chiado e conheci um sem número de cariocas. Cada um contava sobre seus destinos procedentes: China, Indonésia, Alemanha, Rússia e tal. Contei um pouco sobre a Costa do Marfim e perguntaram se meus pais tinham aprovado a idéia. Hahaha
O vôo pro Rio foi bem melhor, apesar de ser durante o dia e ser um vôo bem longo. Assisti Friends e os Simpsons até não agüentar mais. Fiz amizade com as crianças de uma família francesa que iam passar uma temporada no Rio. Moleques silenciosos e bem educados que diziam “obrigado” pra tudo e me desejavam “bon apetit” sempre que eu ía comer alguma coisa. Só o filho do meio, Hugo, era meio alterado e ficava socando a cadeira da frente enquanto assistia aos filmes de ação disponíveis no catálogo da Air France. Chegando ao Rio, peguei as malas, despachei-as na TAM e cheguei.

Bem, essa foi a jornada de volta. Enquanto isso, em Abidjan, a oposição fez alguns protestos menores, que foram devidamente dispersados pelo governo. Como a mídia é dominada pelo presidente, não se sabe ao certo o que é verdade e o que é mentira. Eu sei, contudo, que o site abidjan.net é a fonte de informações preferidas dos franceses e dos libaneses e, por encontrar notícias sobre a oposição lá, imagino que seja o meio mais próximo da parcialidade. Publicaram a declaração da coalizão de oposição que a autoridade do presidente atual não é mais formalmente reconhecida, o pedido para os ativistas dos partidos manterem-se fiéis às novas diretrizes e a conclamação para as forças armadas do país a não sucumbirem ante a “ilegitimidade”. Só sei que estou feliz por ter saído de lá.

E com esse post, termino meus relatos. Não achei que chegaria aos 27, mas eis que chegou!

Agradeço aos meus pais, minha namorada e minha irmã pelo apoio. Agradeço ao restante da família e aos irmãos pelas orações. Agradeço ao escritório da AIESEC na FGV-SP pelas orientações. Agradeço também a magnífica demonstração de hospitalidade da família Mourtada na Costa do Marfim. Acima de tudo, agradeço a Deus por ter me mantido seguro e saudável num país perigoso e cheio de doenças.

Deus os guarde como Ele guardou a mim.

« Sachez que l'Éternel est Dieu! C'est lui qui nous a faits, et nous lui appartenons; Nous sommes son peuple, et le troupeau de son pâturage. » Psaume 100 :3

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Registro de Viagem à Costa do Marfim: Relato XXVI - Partida antecipada

Registro de Viagem: Costa do Marfim

Relato XXVI – Volta Antecipada – 13 de Fevereiro

Voltei agora do aeroporto e consegui adiantar meu voo do proximo sabado para sabado hoje. Saio as 22h45 GMT e chego em Paris as 06h GMT. Saio de la as 10h30, chego no RJ e a TAM me leva pra SP e desco por la as 23h00 do horario local. Gracas a Deus deu certo!

Hoje, fui informado que os libaneses estavam pensando em levar meus colegas estrangeiros para a praia da semana passada. Meu “irmao” Abbas ligou agora mesmo pedindo o telefone do pessoal para desmarcar porque os libaneses que iam estao desistindo da viagem por causa da situacao politica. O estranho e que parece que nao ha nada de errado com o pais. Todo mundo na rua, todos os negocios abertos etc. Contudo, os que ja habitam aqui ha decadas sabem que e sempre assim. Ate um colega que se encontra no momento nos EUA comentou em tom de piada: “nao fomos pra praia porque o presidente deu um golpe de estado”. Estranho? Nao, realidade daqui.

Duma hora pra outra, a situacao muda completamente. Foi assim no golpe de deposicao do ex-presidente Bedie, que inclusive quer se candidatar contra o Gbagbo (se houver eleicoes, claro, pois a Comissao Eleitoral Independente foi dissolvida ontem juntamente com o governo), em 1999. Ninguem esperava nada e o exercito o depos no natal do mesmo ano. Sempre me disseram que aqui reinava a paz fragil, a paz inconstante. Embora tenha estudado a historia desse pais, eu nunca havia sentido realmente o que isso significava ate hoje.

Mas minha simbolica vinganca ja tomou lugar. Nao, nao falo do miseravel rato que encontrou um triste fim. Falo que hoje no aeroporto eu troquei meus francos por Euro com cambistas do mercado negro. Ha apenas um banco no aeroporto, o Banque Atlantique, que e de um ladrao safado que foi politico aqui e hoje, de alguma forma, ele e dono de muitas empresas e virou multimilionario. Fazendo a operacao com o mercado negro, nao somente ganhei 20% a mais, como tambem nao paguei comissao pra um ladrao e nem paguei o imposto que o presidente assassino vai usar pra comprar municao. Sei que nao sera muito dano, mas me regozijo em dizer que tres municoes a menos de AK-47 serao disparadas numa eventual guerra por minha causa.

Que Deus salve esse pais. Se Ele nao fizer, ninguem mais o fara.

« Heureuse la nation dont Yahweh est le Dieu, heureux le peuple qu'il a choisi pour son héritage! » Psaume 33 :12

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Registro de Viagem à Costa do Marfim: Relato XXV - Pronunciamento do Presidente

Registro de Viagem: Costa do Marfim

Relato XXIV – O Pronunciamento do Presidente – 12 de Fevereiro

Meu esperado mochilao para Gana, Togo e Benin esta provisoriamente cancelado. Isso e o menor dos males. Hoje a noite as 20h00 (daqui a meia hora), o president Laurent Gbagbo fara um pronunciamento e ninguem sabe qual sera a reacao popular apos isso. Um dos chefes da policia amigo de minha familia anfitria pediu para que estivessemos devidamente trancados em casa antes das 20h.

Sabendo disso, avisei a todos os demais intercambistas da AIESEC e estamos no aguardo. Ninguem tem informacao concreta sobre nada. Ninguem sabe o que pode acontecer depois, quanto tempo pode durar ou ate se vai acontecer algo. Ha a chance de todos nos estarmos nos preocupando em vao. Contudo, o fato de os corpos diplomaticos de alguns paises ja terem sido devidamente evacuados para o QG da ONU diz alguma coisa. So podemos esperar para que os acontecimentos de 2004 nao se repitam.

Orem por nos.

« Quand je marche dans la vallée de l'ombre de la mort, Je ne crains aucun mal, car tu es avec moi: Ta houlette et ton bâton me rassurent. » Psaume 23 :4


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Registro de Viagem à Costa do Marfim: Relato XXIV - Alegre e Efusivo





Registro de Viagem: Costa do Marfim

Relato XXIV – Alegre e Efusivo – 06 a 08 de Fevereiro

Quem me conhece sabe que não sou particularmente fã de demonstrações de pessoas efusivas. Sabem aquele pessoal que berra, grita, faz pirueta e dá cambalhota pelos mais insignificantes motivos? Há quem brinque, inclusive, que sou alérgico à felicidade e diversão. Esse não é o caso, simplesmente demonstrações em excesso me incomodam. Hoje, contudo, motivo de alegria tal me sobreveio que me permitirei demonstrações extremas de alegria. Claro que o fato de ter ido a uma praia linda com os libaneses nesse fim de semana me deixou contente; claro que poder usufruir da boa companhia do Sr Reda, meu anfitrião, e de nossas boas conversas faz meu dia. Mas o dia de hoje brindou-me com a visão do resultado positivo do que acho que será meu legado para a AFCO: destruí um de nossos mais vorazes inimigos internos, o ratinho comilão de dinheiro, cheques e faturas.

Permitam-me explicar: na saleta em que eu, Wilfred e a contadora trabalhamos há um rato. Todo dia de manhã, abrimos a saleta e tem papel por todo lado porque o bandido passou a noite pulando nos papéis por aí, comendo tudo que é documento e tudo mais. Para dar fim a essa esculhambação, fiz uma armadilha (foto número 1) muito simples na sexta-feira passada, dia 5: pus comida no meio duma caixa de papelão e passei cola ao redor. Não comentei nada na última postagem porque eu queria aguardar o resultado dessa empreitada antes. Eis que chego hoje de manhã, e o bandido está preso!!! HAHAHAHAHAHAHA!!! MORRAAAAAAAAA!!! TE PEGUEI, RATO DESGRAÇADO!!! VOCÊ JÁ ERA!!!

Pode parecer uma efusividade um tanto doentia, pois se trata apenas de um rato. Mas significa mais, significa minha vingança sobre toda a malandragem africana. Depois de sofrer repetidas tentativas de roubo, extorsão e pilantragens gerais por parte dos africanos (não somente marfinenses), eu peguei o rato que roia nosso trabalho às escuras, que nos sabotava quando menos esperávamos, que esperava que olhássemos para o outro lado para botar as patinhas de fora. Como diria o (nada) filosófico Alborghetti para comunistas: “O SONHO ACABOU, DESGRAÇADO!! O SONHO ACABOU!!” Favor notarem minha alegria na foto 2. Quando voltar a São Paulo e tiver internet de gente, postarei no Youtube um video que fiz escarnecendo do rato preso na caixa de papelão após ser lançado no lixo. HAHHAHAHA MORRAAAA!! Ha..ha...haha... Para aqueles que, após verem esse meu ataque de histeria virtual, acham que a África acabou com meu emocional, não posso dizer que consigo peremptória e categoricamente contradizê-los.

Já estou me cansando de rir, mas terei que me valer disso, pois enquanto escrevia esse relato, o chefe me chamou para dar um aviso. O Sr Happy já me avisou que essa semana a empresa está meio sem dinheiro. Sendo também essa semana a minha última de trabalho, isso significa que Ho = eu não receber meu salário com 95% de confiança. Mas isso é para que eu deixe de ser burro e bonzinho. Semana passada, ele perguntou se eu não queria receber meu salário. Ora, sabendo que tínhamos fornecedores para pagar, eu disse a ele que eu poderia aguardar para receber na semana seguinte (ou seja, essa semana), pois a AFCO tinha alguns compromissos mais urgentes para honrar. Eu sou muito otário mesmo.Pensar na empresa... Mas isso é culpa do meu pai e da minha mãe. Quem mandou eles me ensinarem ética e responsabilidade corporativa? Droga! Se não tivessem ensinado, eu teria simplesmente pegado a grana semana passada e tocado o dane-se para a AFCO e pro Sr Happy. Quem se importa com o patrão e a empresa? Sou mais eu![/ironic] Brincadeirinha, pidos. Não me arrependo de ter agido conforme o livro de Filemon. Mas vou te contar, viu. Ser honesto dá mais dor de cabeça do que fazer falcatrua por aqui. Sinceramente, se o Sr Happy me der o calote, eu vou fazer o quê? Recorrer à justiça na Costa do Marfim? Apelar para a AIESEC daqui (popular como sou entre eles, heheh) Pfff... US$150 não é tanto dinheiro assim, mas só o fato de alguém se aproveitar de uma situação vulnerável para não pagar por um serviço prestado me deixa enervado. É algo que eu nunca veria meus pais – que foram meus mentores em toda a minha formação: espiritual, ética e acadêmica – fazendo com seus funcionários.

Mas não tem problema. Primeiro porque pode ser que eu esteja me preocupando à toa e o Sr Happy de fato me pague até o fim da semana. Segundo, eu peguei o rato!!! JÁ ERA, NEGÃO!! PERDEU, PLAYRAT!!! MORRA LENTAMENTE GRUDADO NA MINHA ARMADILHA!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH...HAHAH....HAHA..HA...hahaha..ha O rato aprendeu a lição: não se meter com as armadilhas de Indiana Neitan(foto 3)!

Agora, conto os dias pra ir mochilar e depois voltar ao Brasil. Abraços a todos e fiquem com Deus.

« Serviteurs, soyez soumis en toute crainte à vos maîtres, non seulement à ceux qui sont bons et doux, mais aussi à ceux qui sont d'un caractère difficile. » 1 Pierre 2 :18

PS : A foto número 4 eu tirei quando estava indo para uma reunião hoje mais cedo. Está escrito “Por você, seu próximo e sua nação” embaixo dos dizeres “banheiro público”. Devo dizer que esse banheiro patriótico realmente mexeu comigo e pensarei na Costa do Marfim na próxima vez em que eu cortar o rabo do macaco.