segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Início de temporada na Colômbia



Cheguei ontem a Bogotá e hoje, segunda, foi meu primeiro dia de trabalho. Até agora, estou amando tudo! Não se parece em absolutamente NADA com meu intercâmbio na Costa do Marfim. Primeiro, as pessoas não apontam pra mim gritando “le blanc” e não tem feiticeiras tribais me amaldiçoando. Segundo, o apartamento onde estou no momento é muito bonzinho. Tenho uma cama só pra mim, tem eletricidade constante e chuveiro. Não longe daqui, há transporte público de relativa qualidade para o meu trabalho.

Falando em trabalho, o meu primeiro dia foi ótimo, o que também ajuda a diferir meu intercâmbio de agora do passado. O meu chefe, Brian, é demais: inteligente, direto ao ponto e carismático, vê-se que os empregados depositam uma confiança nele que alguém jamais seria capaz de depositar no Happy Happy. O escritório é decente e climatizado, nada de uma salinha de porão onde eu tinha de botar armadilhas pra pegar o playrat, aquele bandido.

A empresa, VivaReal Network, tem um grande futuro pela frente; futuro esse do qual eu ansiosamente espero fazer parte. Bem diferente da AFCO Sarl, que o sr Happy Happy me pediu para recomendar a meus amigos no Brasil, mas não o fiz porque não consegui achar ninguém que eu detestasse a esse ponto. A VivaReal Network é uma empresa inteiramente online, na AFCO, eu tive de convencer o sr Happy Happy da importância da internet para meu trabalho.

Quando meu colega brasileiro estava me dando o tour do andar onde a empresa está situada, ele me mostrou os banheiros e disse que eu poderia usar o banheiro feminino se quisesse, pois “aqui não tem nenhuma fêmea mesmo”. Talvez o fato de a área de vendas ser incipiente e a parte de informática ser predominante tenha algo a ver com isso, sei lá.

Findadas minhas horas de trabalho, fui pra quitanda comprar ameixa e maçã e depois peguei o busão pra casa. Me perdi. Sabia que estava no arredores certos, mas não lembrava exatamente como chegar no apartamento. Fui pedir informação pra uma moça que passava, mas ao notar que eu fazia menção de me dirigir a ela, ela abriu o passo. Deve ter pensado que eu iria lhe fazer algum mal, pois insisti em me dirigir a ela e ela apressava-se ainda mais. Foi quando gritei um sonoro “help!” que eu era apenas um estrangeiro inofensivo em busca de informação, não um tarado maluco seguindo-a com segundas intenções. Como ela se voltasse para me dar as informações, abri meu sorriso colgate para passar ainda mais sensação de que eu era do bem. Eu mostrei o endereço aonde queria ir e ela dizia que era perto disso, perto daquilo. Após explicar-lhe que eu tinha chegado ontem e estava mais pra fora do que braço de caminhoneiro, ela me encaminhou pra um posto de polícia ali perto, onde policiais muito simpáticos me indicaram o caminho.

Chegando no condomínio, tentei abrir a porta do bloco, mas estava trancada e os meus anfitriões não tinham uma terceira chave para mim. Não tinha campainha também pra chamar o apartamento diretamente (prédio bem antigo). Fiquei olhando pra porta e ela olhando pra mim, quando vi pelo vidro uma menininha de uns 8 anos passando. Fiz gestos pra que ela abrisse a porta por dentro para eu entrar. Como ela só me olhava e não estava nem aí pra abrir a porta, tirei do bolso do casaco o docinho que ganhei do restaurante onde havia almoçado. A mercenária do açúcar, então, veio alegre abrir a porta. Após desejar silenciosamente que seu colesterol tivesse um pico e ultrapassasse os 280, agradeci.

Subi as escadas até o quinto andar (não tem elevador) somente para descobrir que ainda não havia ninguém em casa. Aí a luz apagou, pois só fica alguns minutos e depois apaga. Procurei o interruptor no escuro e não conseguia achar. Meu celular havia descarregado e não podia usá-lo como lanterna. Foi então que tive a brilhante ideia de ligar o computador e usá-lo para iluminar o caminho e achar o interruptor. Não deu muito certo. Foi aí que chutei o balde e fui incomodar o jantar dos vizinhos. Toquei uma campainha, a tia lá atendeu, expliquei minha história e pedi pra usar o telefone.

No fim das contas, tudo deu certo e está tudo indo muito bem, graças a Deus.

domingo, 22 de agosto de 2010

Fim da temporada Canadá e no vôo pra Colômbia

Não atualizo há algumas semanas e isso não se deu por nenhum outro motivo que preguiça de escrever. Esse é o mesmo motivo pelo qual as fotos da última parte de minha viagem ainda não foram colocadas em minhas contas de Facebook e Orkut, mas em breve serão colocadas.

Vou dar uma rápida passada sobre o que aconteceu comigo desde que fui para Nova Iorque no fim de semana do dia 30 de julho até hoje.

Bem, Nova Iorque foi demais. Cidade maravilhosa, cheia de gente de todos os lugares. Montréal também era assim (eu falava inglês, francês espanhol e português com gente diferente todos os dias), mas NY é como se fosse Montréal elevada à zilhonésima potência. As luzes de Times Square, famosíssima “praça” no cruzamento da rua 42 com a Broadway me encantaram. Passei o Dia de Ação de Graças de 2003 em NY, mas eu havia perdido a noção precisa de quão magníficas eram as luzes da cidade. Houve, porém, um descontente no grupo (um brasileiro) que reclamou da “poluição visual” e disse que NY nada mais era do que uma “Recife ampliada”. Bem, já fui para Recife e NY e eu não poderia discordar mais dessa observação. Mas tudo bem; não se pode agradar a todos.

Fui para Lower Manhattan, onde pude ver Ground Zero (onde eram o World Trade Center), Wall Street e a magnífica Trinity Church. Depois, subi para Chinatown para comprar as bugigangas de turista de sempre, ou seja, tudo que tenha “I S2 NY” (caneca, camiseta, ornamento etc). Além disso, visitei uma pequena parte do Central Park e desci a 5ª Avenida até o Rockefeller Center. No percurso, visitei a Igreja Presbiteriana da 5ª Avenida, a Igreja Anglicana de São Tomé e a Catedral Romana de São Patrício, além da Igreja Batista do Calvário. É impressionante como NY tem belas igrejas. Foi muito bom!

Os únicos dois pontos baixos da viagem foram o hotel (não porque fosse ruim, mas porque ficava em Wayne, Nova Jérsei) que ficava um pouco longe e os metrôs, que são muito sujos. Nesse ponto, Montréal e até mesmo São Paulo ganham de NY.

De volta a Montréal, passei minha última semana na cidade fazendo exames da escola e me preparando para ir visitar a província de Manitoba, onde fiz um semestre de ensino médio em 2004 e fiz grandes amigos.

Desci em Manitoba no aeroporto de Winnipeg. Um grande amigo estava lá me esperando e fomos em direção a Grunthal, cidade onde estudei e morei. Grunthal é uma cidadezinha menonita alemã e significa “Vale Verde” em alemão. Ainda é possível ouvir gente falando em dialetos de alemão no dia a dia.

Manitoba é bem rural, o que me encanta ainda mais. Os lindos campos de Manitoba estão sempre sendo cultivados por cevada, milho, soja e diferentes variedades de trigo. Não raro, vê-se bosques intactos no horizonte. A imensidão cultivada poderia dar a idéia de tédio para gente muito apegada ao estilo de vida urbano, mas eu gostei bastante. Curiosamente, eu me dou melhor com gente rural do que urbana.

Meu amigo e anfitrião, Amos Wiebe, está em campanha para a nomeação do Partido Conservador para candidatar-se a MLA, tipo deputado estadual. Viajamos o sudeste da vasta província fazendo campanha pra ele. Colamos cartazes e entregamos panfletos. Dei alguns toques do que ele poderia fazer para deixar seus flyers superiores ao dos outros quatro concorrentes à nomeação. Foi muito divertido e espero que ele ganhe,

Também jantei fora todo dia. Recebi convites de jantar dos irmãos da igreja que frequentei quando estive lá e matei a saudade das carnes e sopas típicas dos menonitas. Contudo, isso para o desprazer de minha mãe, pois voltei com uns quilinhos a mais; “um boi”, segundo ela. Também te amo, mãe!

Embora minha experiência no Canadá tenha sido ótima (cidades maravilhosas, lugares lindos e voltei com mais uma língua), o melhor da viagem foi descer em Guarulhos e ver a patroa. Ela saiu de Campinas cedinho para me ver. Toda vez que vejo a Lili, a dona do meu coração, ela está mais linda do que pela primeira vez que a vi em 1º de setembro de 2006 (já vai fazer quatro anos!) e anotei-lhe meu e-mail num pedaço de guardanapo lá na lanchonete do Jefinho. Ela é uma heroína tanto por me aguentar e me amar tanto.

É com um misto de pesar e alegria, então que parto para a Colômbia. Pesar por ter de deixar mais uma vez a minha amada e por um período ainda maior; se Deus quiser, nos veremos no natal. Alegria porque esse trabalho em Bogotá é uma baita duma oportunidade. A empresa é fenomenal. A FGV não liga a mínima pra preparar quadros para atuar na força de vendas e área comercial. Imaginei, então, que fosse necessariamente seguir o caminho que todo geveniano segue: ser “escragiário” em alguma consultoria ou banco. A empresa para a qual trabalharei, VivaReal Network, é uma multi de internet oriunda do Vale do Silício, jovem, dinâmica e ainda oferece oportunidade de continuar trabalhando com eles em São Paulo. Demais!

Além dos óbvios fatores positivos no campo profissional, sei que esse emprego deixa a mim e a Lili um passo mais próximo do nosso casamento. O encaminhamento profissional de cada um de nós é condição necessária e anterior à formação de nossa família; nós dois. Não poderia perder essa oportunidade.

Agradeço a Deus pelas oportunidades que tem me apresentada e pretendo aproveitar cada uma delas.

PS: Lili, já estou com saudades.